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Dor do crescimento na infância e na adolescência

A dor músculo-esquelética em crianças e adolescentes se manifesta por episódios de dor em pernas, braços, coluna e/ou pescoço provenientes de músculos, articulações e até mesmo de ossos. Estas crises dolorosas podem acontecer de maneira eventual, repetitiva, de curta duração ou ocorrer por vários meses ou anos.

É comum crianças e adolescentes terem dor músculo-esquelética?
Sim. Nestas faixas etárias, a dor em músculos e articulações é muito freqüente sendo uma das queixas mais comuns em consultórios pediátricos.

A dor é sempre causada por reumatismo ou está relacionada a uma doença grave?
Na maioria das vezes, a dor músculo-esquelética não é causada por doenças reumáticas ou qualquer outra doença mais grave. Existem várias causas para a dor músculo-esquelética além do reumatismo, como as doenças infecciosas, as alterações ortopédicas, as doenças do sangue, as neoplasias e as chamadas síndromes de amplificação dolorosa.

Como se faz a diferenciação entre as diferentes causas de dor músculo-esquelética?
O pediatra é o profissional habilitado para a avaliação inicial do seu (sua) filho com dor músculo-esquelética, sendo capaz de diferenciar as causas benignas daquelas que necessitam de um especialista ou de um atendimento com maior urgência.  Para isso, a anamnese (história do paciente) e o exame físico são fundamentais e insubstituíveis, podendo ser complementados inicialmente por exames de sangue (particularmente hemograma, VHS e PCR), de urina e radiológicos de acordo com cada caso.

Quais são os sinais ou sintomas de alerta para uma doença mais grave e que necessita de uma avaliação com maior rapidez?
1) Dor de início recente e sempre no mesmo local;
2) Alterações do estado geral como febre, perda de peso e falta de ânimo;
3) Alterações no(s) local(ais) da dor como inchaço e calor.

O que são as síndromes de amplificação dolorosa?
As síndromes de amplificação dolorosa mais comuns na pediatria são a dor em membros benigna, fibromialgia juvenil, síndrome de hipermobilidade articular e as síndromes por esforço de repetição. São caracterizadas por dor sem uma causa orgânica evidente de intensidade desproporcional aos achados do exame físico da criança e adolescente e que pode levar a repercussões na vida emocional e social destes indivíduos.

O que é dor em membros benigna?
A dor em membros benigna é conhecida por “dor de crescimento” apesar de não ter sido comprovada relação com o processo de crescimento. Acomete crianças entre 6 e 13 anos de idade, podendo aparecer em crianças menores. Caracteriza-se por dor difusa, mais freqüentemente atrás dos joelhos ou nas panturrilhas, podendo acometer também a região anterior das pernas.  Geralmente a dor ocorre mais no final do dia, podendo ser causa de despertar noturno. Na maioria das crianças a dor melhora espontaneamente ou com massagens e calor local. A dor em membros benigna não interfere com as atividades físicas rotineiras das crianças e raramente são necessários analgésicos por via oral. 
 
O que é a síndrome da hipermobilidade articular? 
Esta síndrome caracteriza-se pela presença de hipermobilidade articular, ou seja, frouxidão dos ligamentos, associada a dor músculo-esquelética (nas articulações ou músculos), que geralmente ocorre após a atividade física. Algumas modalidades esportivas, como o balé e a ginástica olímpica, podem ser fator de piora da dor em crianças e adolescentes com SHA.

O que são as lesões por esforço de repetição?
As lesões por esforço de repetição (LER) ocorrem devido ao trauma repetitivo em uma mesma articulação. Têm-se observado aumento de freqüência de LER nos últimos anos devido ao uso excessivo de computadores e jogos eletrônicos por crianças e adolescentes. O quadro clínico consiste em dor nos membros superiores, com incapacidade funcional causada pelo próprio uso das extremidades superiores em tarefas que envolvem movimentos repetitivos ou posturas forçadas. Os pais devem orientar a postura correta em frente do computador e limitar as horas de uso da internet e de videogames.
 
O que é fibromialgia juvenil? 
A fibromialgia é caracterizada por dor generalizada (em várias partes do corpo) por um período maior ou igual a 3 meses e pela presença de pontos dolorosos localizados em regiões específicas. Pode acometer crianças de várias faixas etárias, no entanto é mais freqüente em adolescentes do sexo feminino. São comuns queixas como depressão, ansiedade, sono não restaurador, cefaléia e fadiga. Alguns estudos mostraram maior incidência de fibromialgia em filhas e mães com este quadro.

Como é o tratamento da dor músculo-esquelética? 
Depende da causa da dor. Sempre que possível deve-se identificar a causa da dor e direcionar o tratamento específico para ela. De uma maneira geral, deve-se evitar o uso de medicações, que só deverão ser utilizadas em casos de dor limitante e de forte intensidade. Nos casos de “dor de crescimento”, algumas medidas como massagem no membro acometido podem mostrar bons resultados. Não se deve limitar as atividades físicas e esportivas da criança. A prática de exercícios aeróbicos deve ser estimulada especialmente nos casos de fibromialgia. Sabendo-se da freqüência de distúrbios emocionais associados à queixa de dor crônica em membros, podem ser de grande ajuda uma avaliação e acompanhamento com psicólogo. O prognóstico destes quadros é bom, entretanto, são fundamentais a avaliação pelo pediatra ou reumatologista pediátrico e uma postura positiva da família estimulando os aspectos positivos da criança sem super protegê-la ou super valorizando as suas queixas.

FONTE: Sociedade Brasileira de Reumatologia (Comissão de Reumatologia Pediátrica)

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