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Uso de antidepressivos na gestação

Introdução
A estimativa da taxa de risco de depressão na mulher em idade reprodutiva é de no mínimo 10%, como aproximadamente metade das gestações são não planejadas a possibilidade de uma gestação coincidir com uma fase depressiva seria de pelo menos 5% de todas as gestações, pois esta fase da mulher não é como já se pensou, um período naturalmente protegido contra derpessões ou oscilações do humor. Existe uma tendência mundial a se evitar o uso de qualquer medicação durante a gestação mas até que ponto isso se justifica? A depressão da mãe pode de alguma forma afetar a saúde do bebê? E a medicação, oferece mais riscos do que benefícios? Em medicina não se pode estudar o efeito das medicações sobre a gestação nos mesmos moldes que se estuda fora da gestação, mas a ausência de relatos sobre prejuízos causados pelas medicações nos autoriza pelo menos a acompanhar abertamente as gestações sob uso de antidepressivos. A ausência de relatos de casos na literatura psiuiátrica mundial sobre prejuízos causados pelos inibidores da recaptação da serotonina autoriza os pesquisadores a fazerem esse tipo de acompanhamente.
Devido à substancial queda no preço da fluoxetina no Brasil nos últimos anos o custo do seu tratamento aproxima-se do custo dos antidepressivos tricíclicos, e como a fluoxetina oferece muito menos efeitos colateriais torna-se vantajosa mesmo considerando que os tricíclicos não provocam enjôo como a fluoxetina pode provocar.
Dentro deste contexto qual seriam os prejuízos para a mãe e para o feto de uma derpessão não tratada durante a gestação? Vejamos agora as respostas para essas questões.
Situação 
Os levantamentos realizados sobre estudos feitos desde 1988 mostram de forma razoavelmente consistente que os inibidores seletivos da recaptação da serotonina como a sertralina, a paroxetina, a fluvoxamina e principalmente a fluoxetina, bem como os antidepressivos tricíclicos não provocam aumento das má formações em relação às gestações sem uso de medicações ou com medicações seguras como o acetaminofem, penicilinas e raio X dentário. Ou seja, a taxa de má formação congênita de 2,6% encontrada nas gestações sob uso dos antidepressivos tricíclicos e inibidores das recaptação da serotonina equivale a não tomar medicação nenhuma, sendo portanto seguras. As mesmas conclusões não podem ser feitas para outros antiderpessivos como a venlafaxina, a duloxetina, a mirtazapina a nefazodona e a bupropiona, bem como para os antidepressivos IMAO. Estas medicações não estão proibidas mas a ausência de dados não nos autoriza a usá-las com a mesma segurança.
Quais são então os benefícios de se conduzir um tratamento antidepressivo durante a gestação? Com o estado de humos normalizado as gestantes fazem o acompanhamento pre-natal adequadamente, sofrem menos riscos de fazerem mal a si mesmas, têm mais condições de cuidar do recém-nato e recentemente um estudo comparando gestantes depressivas tratadas com gestantes não tratados mostrou que os filhos das gestantes não tratadas apresentavam depois de 5 anos de vida pós natal tinham mais dificuldade de aprendizado de línguas do que os filhos das gestantes depressivas tratadas com inibidores da recaptação da serotonina. Embora seja cedo para estabelecer esse achado como um fato, pois há apenas um estudo afirmando isso, é conveniente considerar a possibilidade da depressão prejudicar de alguma forma as habilidades neurológicas das crianças filhas de mães depressivas. 
Conclusão
Embora até o momento a maioria dos ginecologistas e obstetras ainda não esteja a par dessas informações há desde já, informações suficientes que nos autorizam o uso de fluoxetina ou outro antidepressivo do grupo com segurança e tranquilidade durante a gravidez. Para completar, a amamentação também não fica em nada prejudicada, as mães podem também continuar o uso desses antidepressivos durante o aleitamento.

Fonte: Journal of Clinical PsychiatryAmerican Journal of Psychiatry

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