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Fator Reumatóide (FR) está ligado a várias doenças

Aspectos que envolvem o diagnóstico da artrite reumatoide foram tema de um texto explicativo no portal Idmed, escrito pelo presidente da SBR, o reumatologista Geraldo Castelar. O destaque, na publicação, é um anticorpo denominado fator reumatoide, o qual está presente no sangue de quem sofre da doença, que causa inflamação nas articulações, prejudicando suas funções. Esse anticorpo reage contra as imunoglobulinas G, uma proteína do nosso organismo.

O importante a esclarecer, disse Castelar, é quanto ao exame feito em pessoas com suspeita da doença. Por um lado, se o teste dá resultado positivo para o anticorpo, não significa exatamente que se trata de artrite reumatoide. Por outro, há também casos comprovados da doença cujos testes são negativos para a presença do fator reumatoide.

Em relação ao primeiro caso, o diretor científico da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), o reumatologista Luis Eduardo Coelho Andrade, explica que outras doenças também podem resultar na presença do anticorpo – daí por que nem sempre um teste positivo é sinal de artrite reumatoide. É o que ocorre em algumas enfermidades autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico – que, entre outros sintomas, traz dores nas articulações –, a esclerodermia – que pode se manifestar inicialmente com alterações nas articulações, simulando o princípio de uma artrite reumatoide – e a síndrome de Sjögren – na qual o sistema imunológico ataca glândulas produtoras de lágrima e saliva –, além de males infecciosos crônicos e câncer, entre outras. “Por essa razão, a valorização adequada do exame só pode ser feita com o conhecimento completo do quadro clínico do paciente por um médico habituado a esse grupo de doenças, geralmente um reumatologista”, sustenta Andrade.

Ao mesmo tempo, há casos em que o resultado é negativo, mas isso não significa que a artrite reumatoide não exista. A justificativa, segundo Andrade, “é que se trata de um exame eficiente, mas não 100% sensível”. Ele esclarece que o nível de sensibilidade está relacionado à frequência com que uma alteração é registrada em dado exame: “Testes de aids, por exemplo, se não forem feitos no começo da infecção, são 100% sensíveis, ou seja, o resultado vai garantidamente apontar para a doença.” No exame de sangue para a detecção do fator reumatoide, a sensibilidade gira entre 75% e 85%, “o que quer dizer que, em cerca de 25% dos casos, o resultado será negativo, embora o indivíduo tenha a doença”, conclui o reumatologista.

Tais variações, portanto, vão exigir outros testes, conforme salientou Castelar no texto publicado no Idmed, como a pesquisa de anticorpos antipeptídeos citrulinados, conhecidos como ACPA (do inglês, anti-citrullinated peptide antibody). Andrade acrescenta que uma das formas mais tradicionais para investigar a presença de ACPA é o método para a pesquisa de anticorpos anti-CCP (do inglês, cyclic citrullinated peptides).

E, a propósito, por que então o fator reumatoide tem esse nome se sua presença não está ligada exclusivamente à artrite reumatoide? “Ele foi descrito pela primeira vez em pacientes com a doença”, responde Andrade, salientando, entretanto, que a denominação escolhida não foi mesmo a mais feliz: “Não se trata da presença exclusiva da artrite reumatoide nem de um fator. É um anticorpo.”

Fonte: Sociedade Brasileira de Reumatologia

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