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Dislipidemia e Aterosclerose

Aterosclerose, ou doença aterosclerótica, é uma afecção de artérias de grande e médio calibre, caracterizada por lesões com aspecto de placas. Essas placas são conhecidas como ateromas. A doença cardiovascular aterosclerótica é responsável pela metade da morbidade e mortalidade em todo o mundo.
Este processo se inicia desde a infância e as manifestações clínicas ocorrem mais tarde, na vida adulta. A doença aterosclerótica coronariana é o principal vetor de mortalidade. Entretanto, as doenças cerebrovasculares (ligadas aos vasos que irrigam o cérebro) e vasculares periféricas (ligadas aos vasos dos membros inferiores e superiores - pés e braços) são também importantes fatores de morbimortalidade.
A aterosclerose é um processo multifatorial e, quanto maior o número de fatores de risco, maior o grau e gravidade da doença. Os fatores de risco, que têm sido identificados, são dislipidemia, hipertensão arterial, diabetes, tabagismo e sedentarismo. A dislipidemia é alteração nos lípides, ou seja: colesteroltotal, HDL, LDL e triglicérides.

Dislipidemia e risco para a aterosclerose coronariana
O papel da dislipidemia na deflagração da aterosclerose coronariana está bem estabelecido. Em especial, níveis elevados do colesterol total e LDL, redução nos níveis do colesterol HDL e aumento dos níveis de triglicérides, podem induzir à doença coronariana. O risco de aterosclerose coronariana aumenta, significativa e progressivamente, em indivíduos com níveis de colesterol total e LDL acima dos patamares de normalidade.
Para o colesterol HDL, a relação é inversa: quanto mais elevado seu valor, menor o risco. Níveis de colesterol HDL maiores do que 60 mg/dL caracterizam um fator protetor. Níveis de triglicérides maiores que 150 mg/dL aumentam o risco de doença aterosclerótica coronariana.
Que indivíduos estariam mais sujeitos à doença aterosclerótica coronariana? Os mais susceptíveis aquelas pessoas incluídas nos seguintes grupos:

  1. Idade e sexo: homem com mais de 45 anos / mulher com mais de 55 anos
  2. História familiar precoce de aterosclerose (parentes de primeiro grau com menos de 55 anos para homens e menos de 65 anos para mulheres)
  3. Hipertensão arterial
  4. Tabagismo
  5. Diabetes Mellitus

Como evitar e tratar a aterosclerose?
Uma alimentação adequada, sobretudo com baixo teor de gorduras saturadas, perda de peso para os portadores de sobrepeso ou obesidade, bem com atividade física regular reduzem o risco para aterosclerose e, seguramente, fazem parte do tratamento dos portadores dessa doença. Naqueles indivíduos que não atingem as metas de lípides apenas com modificações comportamentais, o uso continuado de drogas hipolipemiantes, que reduzem os lípides, ou seja, colesterol e triglicérides, é prática indispensável.

Colesterol
Muito se fala sobre o colesterol, mas será que todos sabem o que ele significa?
Com aparência e textura de uma cera macia, o colesterol é um composto químico da família do álcool, essencial à vida. Sintetizado pelo fígado no que se refere à maior parte que o organismo necessita, seu restante é adquirido através dos alimentos ingeridos. Tanto as taxas de colesterol muito altas quanto as muito baixas são perigosas à saúde.
Por ser solúvel apenas em gorduras, o colesterol tem de ser transportado pelo sangue através das seguintes lipoproteínas: VLDL (também conhecidas como triglicérides), LDL (mau colesterol) e HDL (bom colesterol). O fígado acondiciona os triglicérides na forma de VLDL e os despacha, pela corrente sanguínea para as células, juntamente com menores quantidades de colesterol e proteínas.
É então que as células armazenam e utilizam essa quantidade de gorduras como "combustível". Assim, o VLDL, sem as gorduras, passa a ser denominado como LDL, já que é composto basicamente de colesterol e proteínas. Seu excesso no organismo, acaba fixando-se nas paredes das artérias, entupindo-as e propiciando os ataques cardíacos ou infartos.
Por sua vez, o HDL faz o papel contrário, extraindo o colesterol das paredes das artérias, devolvendo-o ao fígado para ser excretado. O fumo baixa os níveis de HDL, enquanto o exercício físico aumenta.
O Controle
Os alimentos ingeridos são de extrema importância para o controle dos níveis da LDL e HDL. As gorduras são classificadas em três categorias: poliinsaturadas, monoinsaturadas e saturadas.
As poliinsaturadas, encontradas principalmente em óleos vegetais líquidos, como os de girassol, milho e soja, baixam os níveis de LDL, mas não na mesma proporção em que as gorduras saturadas aumentam esse índice. Por isso, um indivíduo não pode contrabalançar os problemas causados pelas gorduras saturadas, simplesmente aumentando o consumo de poliinsaturadas.
Outro fato que merece ser destacado é que as dietas ricas em gorduras pollinsaturadas tendem a baixar um pouco os níveis de HDL, podendo, ainda, diminuir a imunidade do organismo. Já as gorduras moninsaturadas, presentes na azeitona, no amendoim e seus respectivos óleos, e no abacate, ao substituírem as saturadas, fazem baixar o LDL, sem diminuir o HDL, e parecem não afetar a imunidade.

Como Mudar para Melhor
Para ter melhor saúde cardíaca, deve-se ingerir menos gorduras, especialmente as saturadas, presentes nas carnes vermelhas, na gema de ovo, em miúdos de fígado, miolo, coração, rins, etc., na pele de galinha, na banha, no bacon, na manteiga e nas frituras em geral, e comer mais fibras solúveis, encontradas na aveia, nos flocos de milho, ameixas, em várias frutas e verduras, que contribuem para reduzir o colesterol no sangue.
Vale lembrar que a carne branca é preferível à escura e que, o peru assado, é melhor do que o frango assado. Além disso, de todas as carnes, os peixes magros têm menores índices de gorduras saturadas e os mais altos de poliinsaturadas. Quanto aos laticínios, os integrais devem ser trocados pelos sem gorduras ou com poucas gorduras, se o objetivo é diminuir o consumo de gorduras saturadas.

FonteSociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

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